se um dia você pisasse nas minhas areias, andasse nesses ônibus, se um dia você ficasse debaixo da cúpula do CCBB, se visse o Cristo do início da São Clemente, se um dia você saísse da praia e fosse jantar comigo, se andasse pelo centro e tropeçasse nas pedras portuguesas, se espirrasse no gabinete português de leitura, se visse seu rosto nos vitrais da casa Franklin, se sentisse o vento sob o pilotis do MAM, se visse três filmes seguidos no Odeon, se beijasse minha espinha dorsal como quem vai do chão ao alto do cara-de-cão. se você um dia sentisse meu cheiro de verdade, tocasse nos meus cabelos. se quisesse morar nas casas de vila, se corresse para pegar o bonde, se saltasse do bonde andando. se você pulasse o carnaval daqui, suasse no bloco daqui, sorrisse nas ruas daqui. se achasse sua hora no relógio da central, se perdesse a paciência no trânsito do Rebouças, se cruzasse a ponte vendo o seu avião partir sem você nele, tenha certeza, não existiria nem mesmo uma sombra de poste na qual você gostaria de se esconder sem me dar a mão.
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