califórnia, __/__/__
“... já não sei mais há quanto tempo estou fora de casa... Muito tempo. Perdi dois quilos. Dias que esgarçaram as tramas do lar, que me afastaram de casa e me mostraram que é hora de criar outras tramas. É hora de voltar para não me acostumar com o calor e o céu azul demais. Existe isso onde eu vivo, mas é tudo outra coisa...”
(...)
“ir embora parece suspender a vida aqui e, querer retomá-la em dois ou três anos, como se não fosse mudar, soa juvenil. Parece que tudo estará aqui quando eu voltar, sem mudanças. Ou melhor, quase tudo. Ou quase todos... Acho que a menina que deixo aqui não reconhecerá aquela que voltará um dia. Gêmeas com anos de diferença.”
“... já não sei mais há quanto tempo estou fora de casa... Muito tempo. Perdi dois quilos. Dias que esgarçaram as tramas do lar, que me afastaram de casa e me mostraram que é hora de criar outras tramas. É hora de voltar para não me acostumar com o calor e o céu azul demais. Existe isso onde eu vivo, mas é tudo outra coisa...”
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“ir embora parece suspender a vida aqui e, querer retomá-la em dois ou três anos, como se não fosse mudar, soa juvenil. Parece que tudo estará aqui quando eu voltar, sem mudanças. Ou melhor, quase tudo. Ou quase todos... Acho que a menina que deixo aqui não reconhecerá aquela que voltará um dia. Gêmeas com anos de diferença.”
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"chegar aqui foi lembrar de mim, de alguém que vive na minha casca e eu vejo muito pouco. Ás vezes eu esqueço que pode ser uma companhia incrível para horas tristes e felizes. As portas de entrada e os aposentos do lar mudam e nós vamos com eles, se adequando a casa mais do que a nós... dessa vez me adeqüei a mim mesma e, mais magra que estou, meu eu novo serviu justo e lindo e resolvi usá-lo mais vezes...”
(...)
“um dia, ouvi dizerem que esbarrar com um esquecimento era tal qual ver um mal-assombro. Esbarrei em um nesse tempo por aqui, sem olhos fundos nem cor de lençol. Provocou arrepio e, quando passou, sentamos pra tomar uma cerveja... não sei, no entanto, se voltou a ser memória ou não.”
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“Aproveitei os dias nessas terras para risadas e coisas leves e acabei fazendo algo totalmente novo. Levo a moda para casa para ver se pega por lá. Dancei no elevador vazio. Talvez o porteiro tenha sido testemunha, mas, espero mesmo é que ele tenha dançado junto comigo. É quase o mesmo que tomar banho de chuva, te liberta das convenções, do tempo e do mundo...”
(...)
“o último biscoito da sorte que comi aqui (acho qua agora entendi os quilos a menos) me dizia ironias: “Sem ver-se a oportunidade, a habilidade é inútil." Ri só.”
“O táxi chegou. Talvez eu devesse fugir com o circo.”
“O táxi chegou. Talvez eu devesse fugir com o circo.”
5 comentários:
'Parece que tudo estará aqui quando eu voltar, sem mudanças. Ou melhor, quase tudo. Ou quase todos... Acho que a menina que deixo aqui não reconhecerá aquela que voltará um dia. Gêmeas com anos de diferença' - Excelente! Quase como se o tempo fosse a única coisa que percebêssemos passar, o único fator relevante da vida. Muito bom mesmo!
Valeu a visita! A história sobre o atentado em Sarajevo vai virar romance sim! Quero mostrar na visão de Gavrilo, o assassino, do Arquiduque, e de Franz Urban, o motorista dele. Assim que finalizar divulgarei!
Na lista de divulgação de blogs do Orkut só encontro blogs chatos, entediantes e blases, a maioria não se atém ao conteúdo... o seu é uma clara exceção, você escreve muito bem! Tem algum outro blog de contos ou poesias?
Bjs
gosto muito da Suelen, ô menina arretada!
em tempo de câmera em todo lugar é provável que o porteiro tenha visto. Tomara que ele tenha dançado, ou pelo menos dado uma boa risada, daquelas que deixa o espírito leve.
Impressionante como biscoitos da sorte podem ser extremamente precisos.
como é bom encontrar um "eu" onde se pode caber =)
beijo beijo
Eh realmente tava sentindo falta de Suelen ehehehheheeehheh
Memoria sempre vira, a questao eh se em q parte da memoria eh guardado.
bjs
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