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Depois do aniversário.
Já não sinto falta dos leitos da Expresso Brasileiro, já repassei meu Bilhete Único, já esqueci se Jabaquara ou Tucuruvi. Já parei de ouvir aquelas músicas. Já não acho que você sinta falta de mim e isso já não me entristece mais. Já vejo minha vida sem você. E, apesar de tudo isso ter saído de mim como um ciso, com todo o sangue pisado que essas extrações requerem, há algo ainda inescapável. Algo que ficou mesmo depois de tudo seu que tirei de mim, camada por camada, até ficar nua de você...
........ ainda escolho os vestidos pensando que você vai tirá-los. Porque o olhar que você dava ao me ver em um era sempre o olhar que mais me refletia e quando fechavam o zíper seus dedos roçavam as minhas costas com um cuidado que parecia o cuidado que você teria comigo pelo resto do tempo. Vesti-los havia se tornado esse pequeno ritual de nós e, de tudo que consegui me despir, esses vestidos e essas verdades permanecem em cabides bem guardados...
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