18 setembro 2015
21 julho 2015
Do Diário de Suelen Gueiras
Aquele dia em que me mudei.
Eu, novamente eu. Eu quieta no meu ninho, eu, quieta, arrulhando no meu novo quintal e você, que nem criança, invadindo meu espaço sem ser convidado. Não foi. Não tenha dúvidas, não queria te ver. De mim há apenas essa reação automática eriçar meu pelo quando te vejo. Você é tão bonito e eu arregaço meus dentes. Finjo não te ver, finjo não querer fugir, finjo não sentir raiva. Sai um suor defensivo das minhas axilas, como se eu estivesse a beira de uma luta. Você não percebe, não sobe a guarda. Você acha que está tudo bem.
Não está.
Eu e meu rabo entre as pernas até quando. Até quando.
23 abril 2015
Do Diário de Suelen Gueiras
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Depois do aniversário.
Já não sinto falta dos leitos da Expresso Brasileiro, já repassei meu Bilhete Único, já esqueci se Jabaquara ou Tucuruvi. Já parei de ouvir aquelas músicas. Já não acho que você sinta falta de mim e isso já não me entristece mais. Já vejo minha vida sem você. E, apesar de tudo isso ter saído de mim como um ciso, com todo o sangue pisado que essas extrações requerem, há algo ainda inescapável. Algo que ficou mesmo depois de tudo seu que tirei de mim, camada por camada, até ficar nua de você...
........ ainda escolho os vestidos pensando que você vai tirá-los. Porque o olhar que você dava ao me ver em um era sempre o olhar que mais me refletia e quando fechavam o zíper seus dedos roçavam as minhas costas com um cuidado que parecia o cuidado que você teria comigo pelo resto do tempo. Vesti-los havia se tornado esse pequeno ritual de nós e, de tudo que consegui me despir, esses vestidos e essas verdades permanecem em cabides bem guardados...
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