20 julho 2009



No vento frio forçam-se os limites das frases com nexos profundos demais para noites em claro. Nas horas tecem os passos que nunca darão e se desejam na distância dos braços. Leves toques saciam peles arrepiadas e os trajetos traçados em companhia disfarçam a vontade de estacar e estancar volúpias. Dividem a dúvida de se quererem demais ao ponto do medo. Ela sonha com sua cintura nas mãos dele e os pensamentos dele gaguejam ao lado dela. Ir embora satisfeito, com sucessos ou com eles mesmos, parece impossível.

Sentiam falta um do outro nas noites, mas, como anti-amantes que eram, as saudades não ocorriam na aurora nem na meia-noite. Faltavam-se às três da manhã, no escuro. E, ao raiar, abraçavam-se, cumprimentavam-se, fechavam os olhos. Não olhavam para trás nem arrependiam. O dia apaga os cheiros, embaça lembranças e os dois dormem suas vidas.

A noite é sempre curta para desejos tardios.

2 comentários:

magrela disse...

Lindo! O texto e o novo template. Beijos chérie.

Anônimo disse...

belo texto. na medida. aguardo o próximo ansioso.
e a noite é sempre longa demais para desejos saudosos.

 

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