A humanidade quer ser lembrada. Tanto e de tal forma que se angustia, se enterra sob a tarefa em vez de buscar dias mais frescos. O velocista, o empresário, o presidente, a mãe, o homem-bomba, todos almejam apenas a memória, querem ficar retidos atrás dos olhos, numa rede diáfana chamada lembrança. É difícil não ver na memória a possibilidade de uma vida eterna, de existir para sempre como o audaz, intrépido, apaixonante, gênio... e, de todos os momentos em que buscamos essa solução para nossos dias contados, somos mais insaciáveis quando amantes.
Ali, quietos, guardados em memórias, os amantes querem se resguardar do mundo e existir em uma vida doce. Queremos, mais que todos, permanecer. Manter-nos ao alcance dos olhos, insistindo para que as fotografias não sejam arrancadas, os presentes devolvidos. Desejamos ser parte da vida do outro, como a fotografia velha que, colada ao porta-retratos, todos têm cuidado em arrancar. Até aqueles de nós que se viam como amantes seguros de si, sem medo de dores nem quedas, vêem-se arrepiados ao pensarem na possibilidade de serem lavados de enxurrada pelas sensações de uma chuva fria e nova. Então, agarramo-nos à esperança de termos sido especiais suficientes para restarmos de pé.
Permanecer dentro de alguém é o remédio para a dor da perda e a cura para todo o fim. Os mais ingênuos sabem sem perceber, os descrentes só entendem nas últimas latas d’água, que, o que sobra é lembrança e apenas isso nos ancora para os dias seguintes. No fim, queremos todos sobreviver na história, seja ela do mundo ou de outrem. Queremos essa nesga de luz que é saber que estamos vivos e bem, não só em nós, mas em outros olhos que nos vêem invariavelmente sorrindo, felizes, de mãos dadas como se, no mundo, nada pudesse nos apagar.
Ali, quietos, guardados em memórias, os amantes querem se resguardar do mundo e existir em uma vida doce. Queremos, mais que todos, permanecer. Manter-nos ao alcance dos olhos, insistindo para que as fotografias não sejam arrancadas, os presentes devolvidos. Desejamos ser parte da vida do outro, como a fotografia velha que, colada ao porta-retratos, todos têm cuidado em arrancar. Até aqueles de nós que se viam como amantes seguros de si, sem medo de dores nem quedas, vêem-se arrepiados ao pensarem na possibilidade de serem lavados de enxurrada pelas sensações de uma chuva fria e nova. Então, agarramo-nos à esperança de termos sido especiais suficientes para restarmos de pé.
Permanecer dentro de alguém é o remédio para a dor da perda e a cura para todo o fim. Os mais ingênuos sabem sem perceber, os descrentes só entendem nas últimas latas d’água, que, o que sobra é lembrança e apenas isso nos ancora para os dias seguintes. No fim, queremos todos sobreviver na história, seja ela do mundo ou de outrem. Queremos essa nesga de luz que é saber que estamos vivos e bem, não só em nós, mas em outros olhos que nos vêem invariavelmente sorrindo, felizes, de mãos dadas como se, no mundo, nada pudesse nos apagar.