1 – calor
2 – férias
3 – preguiça
...
... a lista de motivos para não escrever seguia ameaçadora. Cogitei fechar o blog, meses sem linhas novas me preocuparam. Desanimei. Procurei assuntos, encantos... Passaram dia e mês. Relampejou, secaram as poças, ventou no vale, blocos passaram, sambei, bebi, ri com os irmãos, fiz novos amigos, encontrei os antigos, desloquei o ombro. Tudo isso não rendeu mais que um inventário do que eu deixava escapar da minha escrita.
2 – férias
3 – preguiça
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... a lista de motivos para não escrever seguia ameaçadora. Cogitei fechar o blog, meses sem linhas novas me preocuparam. Desanimei. Procurei assuntos, encantos... Passaram dia e mês. Relampejou, secaram as poças, ventou no vale, blocos passaram, sambei, bebi, ri com os irmãos, fiz novos amigos, encontrei os antigos, desloquei o ombro. Tudo isso não rendeu mais que um inventário do que eu deixava escapar da minha escrita.
Estava claro que, de repente, faltavam coisas em cantos antes completos. Vi-me vazia. Pior, alheia ao que pudesse ser chamado mundo, fosse interior ou exterior. Tudo resultado de uma mal-fadada indiferença para afastar velhas mágoas (nunca fui boa na prática do desinteresse). Escondi-me das dores e das saudades, dos arrependimentos e arrepios em troca de dias mais pacíficos, uma paz de espírito temporária e artificial que levou minhas letras embora. Quis não me importar e assim, quem sabe, não doer. Não doeu, também não sorriu. Invejei quem dá de ombros para vida e tentei ser blasé, mas não tive sucesso algum.
Calei por meses até sobrar tanto espaço e silêncio dentro de mim, que implorei uma pequena frustração ou passatempo para que as rodas voltassem a girar. Achava que sentia falta de vícios secretos quando, na verdade, eram saudades apenas de mim. Nesses dias eu sou uma outra que desagrada aos próprios nervos. Parada, submissa, assustada, procrastinadora e sem inspiração. Não duvido que ainda cale dois ou três meses até essa dormência passar.
Até lá, faltam textos e abano moscas por aqui.