Aquele dia em que me mudei.
Eu, novamente eu. Eu quieta no meu ninho, eu, quieta, arrulhando no meu novo quintal e você, que nem criança, invadindo meu espaço sem ser convidado. Não foi. Não tenha dúvidas, não queria te ver. De mim há apenas essa reação automática eriçar meu pelo quando te vejo. Você é tão bonito e eu arregaço meus dentes. Finjo não te ver, finjo não querer fugir, finjo não sentir raiva. Sai um suor defensivo das minhas axilas, como se eu estivesse a beira de uma luta. Você não percebe, não sobe a guarda. Você acha que está tudo bem.
Não está.
Eu e meu rabo entre as pernas até quando. Até quando.