05 novembro 2014

Amor é tempo

Eu demorei para acreditar em nós porque amor é tempo. Nós sempre tínhamos um prazo, nós estávamos sempre acabando, na beira do fim e correndo contra ele. A gente se divertia vencendo o espaço, sem tempo, sem envelhecer. Eu demorei para acreditar em você. Mais ainda, demorei a acreditar em mim, em quem eu era e em quem você via.  Mas os dias passaram, o espaço não mais dava conta e então, chegou o momento em que eu só tinha tempo pra você. Eu tinha boca, mãos, sorrisos, esperança e tempo. Você pareceu se deter e me esperar e pareceu que me encaixava no seu tempo e você no meu, como encaixávamos em todo o resto. E acreditei em você e, finalmente, acreditei em quem eu era. No nosso espaço houve, então, o tempo. Porque paramos de correr contra o final, porque eu te esperava e sabia que você vinha na hora certa, porque pareceu que o tempo era domado e nosso e inofensivo. Mas, porque amor é tempo é, assim, parte de nós. Sabemos do nosso tempo, do nosso amor e de mais ninguém. Do outro, espera-se a coragem e a possibilidade da sincronia. Corações arrítmicos não tem tempo nem compasso nem sincronia, estes batem como querem e quando querem. E amor é tempo.
Porque amor é tempo.
Porque amor é tempo.
Porque amor é tempo.
Porque, amor, é tempo
de assumir que você nunca teve tempo para mim.
 

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